Assim que cruzamos a fronteira italiana fomos ultrapassados por três Ferraris em alta velocidade...

... Estávamos na Itália novamente!

Assim, como na maioria dos postos europeus, existe um lugar dedicado para se jogar a água suja que fica no depósito dos motor homes.

Partimos para Milão.

Largamos o Farofamóvel no camping... O trânsito em Milão é complicado, e vaga disponível simplesmente não existe. Dica da Francesca, italiana que vive em Milão, cunhada do Roberto, que conhecemos no Marrocos.

Fomos de metrô conhecer o centro. O Fedorento teve que andar de boqueira. É a lei italiana.

A ida foi muita tranqüila... Mas a volta... Foi rush total.

A cabeçada no metrô italiano é igualzinha à do Brasil: todo mundo dando beijinho no sovaco do vizinho.

Imagina o mau humor dos malucos quando entramos com o Tapa no vagão... Foi um show de "mama mia!"

Os caras não acreditavam na nossa audácia.

Milão é uma cidade linda e um pouco diferente das outras cidades italianas.

Ela é muito rica, organizada e quase esnobe.

Depois, fomos conhecer Florença, a cidade dos artistas.

Lá está a Ponte Vecchio, uma ponte bem diferente, com um prédio em cima.

À noite era o momento de detonarmos nossos últimos espumantes franceses gelados pela formidável geladeira do Farofamóvel.

Agora, nosso target era a capital da Itália, Roma.

Jogamos âncora no camping mais irado de toda viagem (esse camping tem até uma animada boate que funciona todos os dias durante a alta e média temporada).

Não demos mole e fomos de "busão" para as atrações, claro!

Dar "molesca" em Roma custa caro, muito caro.

O Fedorento saiu do metrô e já começou a fazer um monte de novos amigos.

Eles olhavam pro fedido e gritavam: " Belo! Belíssimo!!!"

A grande maioria dos europeus adoram cachorro, e na Itália não foi muito diferente.

Mas, bela mesmo... É a cidade de Roma.

Uma cidade impressionante e imponente construída em cima de outra cidade ainda mais fantástica.

Visitamos o Vaticano.

Ele é ainda mais bonito e impressionante do que vemos nas fotos e vídeos.

Mas pouca coisa nesse planeta consegue ser mais marcante que o Coliseu.

Construído no ano 70 antes de Cristo, depois de saques e um forte terremoto, ele ainda está lá... Em pé e firme.

Entrar no Coliseu é cair na real e entender nossa insignificância na história e no tempo.

A "Fontana di Trevi" é outra visita, absolutamente, imperdível em Roma.

Só indo lá para entender do que se trata.

Cara, ela é linda demais!

Na volta pro camping, o Fedorento vestiu sua boqueira novamente.

No camping, nossos vizinhos de acampamento, os ingleses Dave e Shar Turner, estavam voltando do Oriente Médio e nos deram dicas valiosíssimas, e é claro que que vamos usá-las.

Dave é o cara mais alegre que conhecemos depois de voltar de uma viagem pelo Oriente Médio. Depois de conhecê-lo, nossa expectativa para conhecer aquelas "bandas" cresceu ainda mais.

Nossa próxima parada foi a cidade de Pompéia. A lendária cidade destruída pelo vulcão Vesúvio, no ano 79 depois de Cristo.

E acredite, nosso fedido entrou nas ruínas da cidade com a gente!

Ele é safadão e fez pose para as fotos... Sempre muito, muito feliz.

Por lá, ainda estão os corpos das vítimas da tragédia petrificados pela lama e pela cinza.

Os corpos estão na posição de proteção do momento do desastre. É bem impressionante.

A Ana fechou os olhinhos do Tapa para ele não ver o cachorro todo contorcido de sofrimento.

Pompéia é um passeio fantástico... Você pode circular por todas as ruínas da antiga cidade com suas ruas bem preservadas e casas sem teto.

Incrível!

Subimos o vulcão Vesúvio quase até a caldeira.

Lá de cima, Nápoles fica pequena, muito pequena....

... Na verdade, o vulcão Vesúvio é que é enooooorme.

Partimos para Sorrento...

... E acampamos no cartão postal da cidade.

Sorrento é muito bacana, mas nós queríamos mesmo a ilha de Capri.

Metemos a boqueira no fedido, pegamos a balsa, e lá fomos nós.

Capri é aquele tipo de ilha no "estilão James Bond"... Despenhadeiros mergulhando em águas cristalinas.

Pegamos uma espécie de traineira italiana: Eu, minha olhuda, fedorento, e um capitão muito doido chamado Pipo.

Nossa parada foi a "Gruta Azul'. Uma gruta escura, incrível, com água azul turquesa fosforescente.

Nem palavras, nem fotos e muito menos uma filmagem conseguem representar a beleza deste lugar.

Mas darei uma dica maneira para quem quer ver algo parecido, perto de casa, no Brasil: Gruta do Acaiá na Ilha Grande.

Quando voltamos da gruta, Pipo estava bolado segurando o cachorro maluco que, claro, queria ter ido também.

Para economizar alguns euros nós subimos a ilha à pé em direção ao seu lado oposto.

Subida "neurótica"!

Lá em cima, Tapa, um cachorro quase italiano, fez ainda mais amigos.

"Cuspir as tripas" valeu à pena.

Ali, só artistas de Hollywood, passam temporadas... Todos os anos.

Vimos até aquela senhorinha, com cabelos brancos, que mandava no 007.

Dentro dessa pequena ilha tem um túnel onde os barcos passam dentro. Lindo!

Tudo na Itália é muito familiar... Tudo.

Depois, já no continente, pegamos o Farofamóvel e fomos conhecer a antiga Poseidon.

Hoje, ela é conhecida com Paestum. São três grandes templos.

O templo de Netuno, o Deus do Mar, é sem dúvida o mais bonito e bem preservado.

Ficamos horas tentando entender onde estávamos.

Até dava para imaginar os romanos sentados nos bancos bem preservados que lá estão até hoje, embaixo das árvores.

 

E... Cruzamos curvas fechadíssimas pela Costa Amalfitana...

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... Até chegarmos às cidades espremidas entre o mar e a montanha, como Amalfi.

Depois, partimos para uma viagem pessoal e nem um pouco turística.

Fomos visitar a cidade de onde saiu o avô do meu pai, um camarada chamado Giuseppe, para dar inicio à nossa família no Brasil, há muuuitos anos atrás.

Da cidade de Castelluccio Inferiore dava para ver nosso destino...

... Uma cidadezinha chamada Castelluccio Superiore.

A placa informava: Cidade gêmea de Iúna (Brasil). 

Iúna é uma pequena cidade no Espírito Santo que fica perto do Alto Caparaó.

Lá está o Pico da Bandeira, o pico mais alto da região sudeste, e é um lugar lindo.

Se você ainda não conhece, fica aqui minha sugestão para sua próxima viagem.

Você vai gostar. Eu garanto.

Do outro lado da rua está uma igrejinha, a única da cidade...

... Não pude acreditar... Na plaquinha, na testa da igreja: "Em devoção à Giulio Vivacqua".

Eu estava, definitivamente, no lugar certo!

Castellucio Superiore, uma cidade com menos de mil habitantes, um correio, uma igreja, duas lojas de roupas, um mercado, uma escola e um policial velhinho em uma patrulha muito antiga, que tentou me ajudar a manobrar para ir embora... Afinal, ele pensou que estava ali perdido.

Castellucio Superiore: um pedacinho do meu passado que não conhecia... Mais uma tachinha de lugar visitado, da maior importância, no meu mapa mundi.

Voltamos para Roma, pois nosso amigo italiano Roberto Bellei tinha mandado um email para a RAI, a maior emissora de TV italiana, contando nossa estória... E eles acabaram nos convidando para aparecer num programa, ao vivo, no domingo à tarde chamado "Alle falde del Kilimangiaro".

Pagaram hotel, restaurante... E até que o Fedorento gosta de uma caminha.... Ahhhh ele gosta...

... E ganhamos até camarim!

O problema da entrevista foi entender a tradução simultânea.... Perrengue... A Ana me salvou direto.

A grande surpresa foi aparecer o Roberto no final da entrevista. Surpresa realmente autêntica, e gostamos muito de revê-lo novamente.

Roberto é um cara muito legal! Conhecê-lo e ganhar mais um bom amigo foi uma boa experiência extremamente positiva nesta viagem.

Depois do programa jantamos com sua esposa Silvia, e seu filho companheiro, o nosso amigo Andrea.

Mais um momento agradável e memorável nesta fantástica aventura.

Ciao bella Itália!!!

Grazie Itália!!

Comidas e bebidas maneiras

Entramos novamente na Itália, e desta vez, ela nos recebeu de braços mais que abertos, totalmente escancarados.

Conhecemos a incrível Roma, passeamos por belíssimas cidades, como Sorrento, reencontramos amigos que fizemos durante nossa passagem pelo Marrocos e ainda por cima fomos convidados para contar as aventuras de Tapa pelo mundo na maior emissora de TV do país. Não pelo fato de termos aparecido num programa de TV, num domingo à tarde com foco em turismo, mas principalmente pela forma como fomo tratados. Nós brasileiros, totalmente despretensiosos... Desde o primeiro contato, eles foram extremamente gentis e sempre fazendo com que as nossas necessidades fossem supridas para estarmos naquele domingo. E valeu cada minuto de espera naquela semana que tivemos que adiar nossa partida para a Grécia.

Não querendo puxar sardinha para o nosso lado, mas fomos tratados como verdadeiros artistas de televisão, com direito à camarim, cabelereiro, maquiador, comidinha exclusiva, e Tapa ainda ganhou comida personalizada. Enfim, essa foi uma experiêcia muito especial, ou melhor, mais uma experiência super especial durante nossa viagem.

Agora, falando sobre as comidarias italianas que dispensam apresentações, e as bebidas, também muito especiais, continuamos nossa orgia gastronômica pela Itália também. Como se come bem por lá!

Os italianos são gulosos, muito gulosos! Também com todas aquelas comidas, fica difícil não sentir vontade de comer toda hora, ou melhor, sentir prazer em comer.

Uma refeição italiana, tradicionalmente, é servida da seguinte forma:

- Aperitivo: Normalmente uma bebida como vinho tinto ou branco, dependendo do que irá comer depois, ou prosecco, enfim, isso varia muito de onde você está comendo, ou com quem. Nada muito formal.

- Antipasto: Ou antepasto, o famoso aperitivo que comemos aí no Brasil. Pode ser a deliciosa brusccheta, ou outro aperitivo quente ou frio. O que não falta é opção.

- Primo piatto: Ou, primeiro prato. Na maioria das vezes, trata-se de um prato quente, como massa ou risoto.



- Secondo piatto: Ou, segundo prato. Este, é considerado o prato principal de uma refeição, usualmente carne de porco ou peixe. Aliás, a carne de porco é muito consumida por lá. Mas, come-se carne vermelha também, porém nao é muito comum.



- Contorno: Trata-se do acompanhamento do prato principal, uma saladinha ou vegetais cozidos.

- Frutta ou dolce: Frutas ou doces, como tortas ou cookies.

- Caffè: O tradicional cafezinho.

- Digestivo: O famoso digestivo que também temos no Brasil, o licor. Em todo o pais, toma-se normalmente, a grappa ou o limoncello. Experimentamos os dois, e dá uma onda danada! Ô se dá, rs!!

Nossa... Fiquei até cansada escrevendo todos os passos de uma refeição tradicionalmente italiana. Mas é de se cansar mesmo. Em Roma, enquanto aguardávamos a gravação do programa, jantamos diariamente num restaurante, que também é uma bisteccheria, um tipo de restaurante especializado em carne de porco. E, todas as noites, fomos atendidos pelo dono do restaurante, um italiano doidão, que nos obrigava a comer todos os pratos acima. Nossas noites eram verdadeiras orgias gastronômicas e saíamos do restaurente completamente doidos.

Obviamente, a moleza de restaurante acabou, e voltamos para a nossa deliciosa vida de campistas que gostamos tanto.

Nesta última visita ao país, experimentei preparar uns aperitivos gourmets para acompanhar nossas cervejinhas, e até que deram certo.

Um certo dia, fiz uns canapés recheados com tirinhas de salmão com pimenta, muito consumido por lá...

... E, como herança de nossa passagem pela França tambem comemos escargot, ou lumachi, em italiano. Ele veio temperado com molho de ervas... Simplesmente divino. Foi de lamber os dedos de tão gostosos.

Uma coisa que nos chamou bastante atenção foi quanto às famosas pizzas italianas. Posso garantir que nao é em todo lugar na Itália que vo irá comer pizzas deliciosas. Mesmo!! Em Nápoles, por exemplo, a cidade berço da pizza, comemos uma muito mais ou menos, e confesso que ficamos um tanto frustrados.

Eu, particularmente, preferi pedaços cortados com recheios suculentos às pizzas grandes. Sempre mais gostosos!

Ahh... Mas os gelatos!!! Com eles, não nos decepcionamos uma vez. Todos sempre deliciosos, servidos daquela forma esculhambada e tão peculiar da Itália. Às vezes era até difíicil tomar um só, hehehe.



O mais legal quanto a isso é que em qualquer birosquinha de rua é possivel tomar um delicioso sorvete. Muito diferente da nossa amada terrinha onde temos que ir sempre àquelas certas sorveterias para tomarmos um sorvete gostoso. Então, ponto para Itália!

Quando fomos a Sorrento vimos diversas licorerias vendendo o limoncello, um dos mais tradicionais licores italianos.

Este é um dos famosos digestivos apreciados por todo o pais. Por lá, é facil achar muitas lojinhas vendendo-os aos montes. Outro alimento tradicional da peninsula sorrentina é o tomate. Inclusive, um dia quando fomos fazer compras numa vendinha, a atendente me ensinou uma famosa receita de lá, e muito deliciosa com o tomate sorrentino (pode ser feito com qualquer tipo de tomate!!). Segue a receita:

- Pão (em Sorrento eles usam o pão ciabatta, facilmente encontrado no Brasil, mas pode ser substituído por qualquer outro);

- Mussarela de bufala (este queijo tambem é tradicional da região, mas também tem no Brasil);

- Manjericão;

- Tomate sorrentino (pode ser substituído pelo tomate tradicional do Brasil);

Pegar uma fatia do pão, colocar rodelas do tomate por cima, cobrir com folhas de manjericão, e por último, colocar as fatias do queijo. Segundo ela, eles não colocam azeite ou outro tempero. Mas quem não quiser fazer a receita seguida 100% à risca, pode colocar um temperinho. Com ou sem fica muito bom. Temos comido muito este sanduba em nossos acampamentos, pois é saborosissimo, barato e muito simples de fazer. E, pode até parecer uma receita boba, mas é muito tradicional por lá e por toda a Costa Amalfitana, e faz muito sucesso. Mais uma receitinha italiana que pode ser facilmente feita em casa aí no Brasil.

Esta mesma região, foi uma delícia para comprarmos os tradicionais recheios italianos, porém, todos secos.

São muito práticos e nâo deixam nada à desejar aos enlatados ou feitos na hora. Aprovadíssimos!



E as pimentas?

Ficamos impressionados com as lindas cores das pimentas de lá, e também, pelo tamanho. Todas enormes. Quem gosta, não pode deixar de experimentá-las.

Além disto tudo, não pude deixar de reparar na grande variedade de massas coloridas e simpáticas aos olhos.

Enfim, para quem quiser conhecer uma cidade que não tem só charme exposto em suas belezas naturais, mas também em sua deliciosa gastronomia, a cidade de Sorrento é o destino certo.

Chegando, agora, às tão aguardadas cervejinhas italianas, aí estão as geladas que experimentamos desta vez:

- Nastro Azzurro: Cerveja da fábrica Peroni, deliciosa cerva italiana. A Nastro contém 5,1% de álcool e é uma especialissima cerveja. Leve, apesar da quantidade de álcool, e suave. Aprovada!



- Alpen Birra: Cerveja barata e ruim demais. Extremamente aguada e não dá nem um "toque" de felicidade. Tá fora da nossa dispensa.

- Castello Premium, Birra Lager: Que cerveja deliciosa! Aroma agradável, encorpada e dá muita felicidade, hehehe! Nota 10!



- Wührer, Birra Lager: Sabor agradável, mas nada de especial. Aprovada, mas sem nenhum louvor.

- Baffo D'Oro: Ou bigode de ouro... É da fábrica Birra Moretti, uma das mais importantes de toda Itália. Cerveja deliciosa, 100% malte e com muito sabor. Combina muito bem com queijos fortes. Recomendadissima!


- Viktor, Pilsener Export: Deixei para falar por último da Viktor, pois esta cerveja foi um grande "achado" pra nós. Ela é produzida por uma cervejaria alemã para ser comercializada a baixo custo para o consumidor italiano. Porém, só é encontrada em grandes redes de supermercados. Nos compravámos na rede Panorama, sempre a 0,55 EUR. Sua embalagem é de plastico, seu aroma é forte e seu sabor, delicioso. Melhor cerveja em relaçao custo x benefício para nós. Aprovada e recomendadissima!




Grazie bella Itália! Com certeza, um dos países mais marcantes de toda nossa jornada!

 

 

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