"A cidade tem ruinas bonitas." |
Colônia do Sacramento é a cidade mais antiga do Uruguai e foi fundada pelo português Dom Manuel Lobo para fazer frente aos espanhóis que então dominavam Buenos Aires. Por sua localização estratégica, foi um dos principais alvos das batalhas protagonizadas por Portugal e Espanha ao longo do século 17, quando disputavam a divisão das terras do Novo Mundo.
Após diversos conflitos pela posse do local, finalmente um acordo foi firmado em 1750, no qual Portugal entregava a disputada Colônia para a Espanha. Mesmo assim, missionários jesuítas discordaram do pacto, permanecendo ali até 1762, quando os espanhóis enfim tomaram o lugar.
A
arquitetura colonial que restou caracteriza uma fisionomia distinta e única no
país: ruas estreitas de pedra iluminadas por antigos lampiões (conhecidos como
faróis), casas cobertas com telhas de barro e decoradas com tradicionais
azulejos lusitanos, que testemunham uma história de mais de 300 anos. Localizada
a 180 Km de Montevidéu e a 50 Km de Buenos Aires, Colônia - como é simplesmente
conhecida - é uma das mais importantes portas do Uruguai. Com o lema "Ia puerta
está siempre abierta, entre sin fiama?' ("a porta está sempre aberta, entre sem
bater"), esta pequena cidade de 20 mil habitantes recebe milhares de turistas de
todas as partes do mundo. Declarada Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade,
sua paisagem equilibra a marcante história de suas ruas e a singularidade de
suas casas.
Há restaurantes e pequenos bistrôs para todos bolsos e gostos - predominando as
parriliadas e frutos do mar. Os que estão localizados nas ruazinhas do Bairro
Histórico incluem no cardápio o preço do seu charme. Alternativas um pouco mais
em conta são os restaurantes El Viajo Galeón, na Avenida 18 de Julio 253, que
serve pratos individuais entre US$3 e US$5, com entrada, refeição principal e
sobremesa. Econômicos de fato são o El Portón, na C. General Flores 333, que tem
pratos entre US$2 e US$5, e o Bar Parrifia El Asador, na ltuzaingó 168, que
serve assados e comida caseira a partir de US$2,50 e pizzas por US$3,50.
"Este é o farol da cidade" |
0 melhor passeio é de graça: caminhar pelas ruas de Colônia, observar as
construções e ruínas, casas, museus e ruelas do Bairro Histórico. Diversos
mirantes ao longo das margens do rio possibilitam excelentes vistas. 0 Puerto,
de Yates, na margem oposta ao Bairro Histórico, é uma construção atual, mas
merece uma visita. Os museus, por sua vez, são riquíssimos, com ingresso único,
bem baratinho: 10 pesos, vendido no Museu Municipal. Além deste, permite visitar
todos os demais museus: do
Azulejo, Espanhol, Português, Indígena, Casa Nacarello e Arquivo Regional. Mas
há um detalhe: tem de ser tudo no mesmo dia, que é o período em que vale o
ingresso. Todos estão abertos diariamente das 11h30-17h45, exceto às quartas,
mas os horários não são cumpridos à risca, às vezes abrindo mais tarde.
Bairro Histórico - 0 ponto de partida do Bairro Histórico é a Puerta de Campo,
inaugurada em 1745. Ao cruzar este pequeno arco de pedra, o viajante pode chegar
ao Rio da Prata seguindo pelo agradável Paseo de San Miguel, ou se perder pelas
ruelas históricas. A mais famosa delas é a pedregosa e estreita Calie de los
Suspiros, onde erguem-se algumas das casas mais antigas da cidade. Na Plaza
Mayor, a poucas quadras dali, estão o Farol de Colonia, as ruínas do antigo
Convento de San Francisco e alguns dos principais museus locais. Na área, também
se encontra a Iglesia Matriz de Colonia, a mais antiga do país, que começou a
ser erguida em 1680.
Ao longo das margens do rio, há diversos bastiones - antigas fortificações da
época colonial que fizeram parte da muralha defensiva da cidade, usados para
vigiar o rio e prevenir ataques de Buenos Aires. 0 Bastión dei Carmen é um
privilegiado mirante ao final da Calie Rivadávia. Outros bastiones da cidade são
os de San Miguel, San Juan, Santa Rita, de la Bandera, de San Pedro, que hoje não passam de ruínas, com apenas restos de um
ou outro canhão. Na margem oposta ao Bairro Histórico, o Puerto de Yates oferece
uma excelente vista do rio e dos barcos.
"É uma cidade historica que lembra Paraty." |
Museo dei Azulejo C. Missiones de los Tapes, esquina Paseo de San Gabriel. Em
frente ao rio, uma típica construção portuguesa de mais de 300 anos, restaurada
em 1987, cujas paredes e parte do piso permanecem originais. Conserva uma
pequena coleção de azulejos utilizados na arquitetura rioplatense dos séculos 18
e 19, inclusive os primeiros de fabricação nacional, datados de 1840. Há também
exemplares franceses e catalães. No geral é uma atração regular.
Casa Nacarello Em frente à Plaza Mayor, esta casa de paredes de pedra,
construída por portugueses no século 18, foi restaurada e decorada para mostrar,
com réplicas de mobiliário, como se vivia durante a época colonial. 0 resultado
é um efeito tipo "túnel do tempo", transportando você para 300 anos atrás.
Imperdível.
Arquivo Regional C. Missiones de los Tapes. Funciona numa casa portuguesa de
1750, reformada na época espanhola, que ainda mantém algumas paredes,
janelas e portas originais. Guarda farto material documental de Colônia, a
maioria em forma de fotocópias extraídas de arquivos da Espanha, Portugal,
Inglaterra, França, Brasil e Argentina, além do Uruguai. Também tem mapas da
cidade em diversas épocas, aquarelas e arquivo policial da segunda metade do
século 19.
Igreja Matriz C. Vasconcellos, entre a General Flores e a Plaza de Armas. A
igreja mais antiga do país começou a ser erguida em 1680. Sofreu sucessivas
destruições e reconstituições ao longo dos séculos, conservando atualmente
apenas poucas pedras originais, de 1695. Apesar de ser bastante antiga, a igreja
foi tão descaracterizada que hoje é praticamente uma construção contemporânea,
não sendo exatamente interessante.
"Ruínas se misturam com as casas da cidade." |
Museo Espanhol - C. de San José, esquina C. de Espanha. A casa, hoje
transformada em museu, construída na primeira metade do século 18, conserva
paredes, pisos,
aberturas e parte dos tetos originais. Seu interior guarda documentos e outras
lembranças da ocupação espanhola, como moveis, ceramicas, réplicas de
vestimentas, coleção de moedas e pratos com os escudos dos reinados. Bom, mas
falta um guia para orientar a visita.
Museo Indígena C. dei Comércio, esquina C. dei Colégio. Coleção privada do
pesquisador Roberto Banchero, formada por materiais encontrados na região que
pertencia aos índios Charruas, que ali viveram antes de 1680, como boleadeiras,
facas, raspadores, pontas de flechas e urnas fúnebres. 0 museu em geral é muito
bom, mas sem o acompanhamento e as explicações da guia local (que é filha de
Banchero) a visita será inútil, pois você não entenderá nada e terá a impressão
de que tudo não passa de pedregulhos amontoados.
"É um lugar muito interessante." |
Museo Municipal C. dei Comercio, em frente à Plaza Mayor. 0 andar inferior desta
construção portuguesa do século 18 foi modificado em 1801, e o segundo piso é da
época espanhola. No total são 12 salas. A Sala de Arqueologia exibe artefatos de
caça fabricados e utilizados pelos nativos, como boleadoras (par de bolas de
pedra presas por uma corda, para capturar animais pelo pescoço), rompe-cabezas
(arma de pedra em forma de triângulo, feita para matar os animais com golpes na
nuca), pontas de flechas e o melhor da cerâmica indígena encontrado na região.
Documentos da história da cidade, uma maquete de 1762, objetos religiosos e
armas completam a coleção. Também há móveis e utensílios que pertenceram à Plaza
de Toros e ao hotel cassino de Real de San Carios. 0 acervo é interessante, mas
a exposição é desorganizada.
Museo Portugues Em frente à Plaza Mayor. Construção portuguesa de 1720 com muros
de pedra de mais de um metro de espessura, paredes exteriores e alguns pisos
originais. Destacam-se móveis e cerâmicas do século 18, trazidos de Lisboa, e
armas utilizadas por portugueses e espanhóis. No porão, a Sala dos
Descobrimentos reconstitui a história das conquistas portuguesas. Também faz
parte do acervo o escudo português que pertenceu ao pórtico da cidade,
inaugurado em 1745 por Dom João V, mas que foi retirado em 1777 por ordem do rei
da Espanha, Dom Carios III. Museu legal.
Dicas de GUSTAVO VIVACQUA |
1.Essa é uma cidade que lembra
Paraty
no Brasil. Uma cidade histórica na beira do mar muito agradável. 2.Existem diversos restaurantes como a famosa parrillada uruguaia e frutos do mar. Rango de primeira. 3.O principal passeio é a pe mesmo pelas ruas com suas construções históricas. 4.O Puerto de Yates com sua marina cheia de barcos vale uma visita. 5.Gosta de museu? A cidade tem um monte. 6.Ficar tomando uma cervejinha na calcada dos barezinhos da cidade é um excelente programa. 7.De Colônia você pode pegar um ferry boat e ir para Buenos Aires rapidinho. 8.Vale a pena comer um cordeiro por lá Renato Prates 9. A Plaza del Toros está fechada, mas vale a pena passar por meio da grade (esburacada) e ir no meio da arena!!! Mesmo com o abandono do local, a grana permanece linda e verde! O local está com perigo de desabamento e não é aconselhável subir nas arquibancadas (na verdade, nem entrar), mas o local dever ser visitado por dentro!!! Abs, Ulysses |